Há exatamente um ano, no Dia Internacional da Mulher, eu lançava meu terceiro livro: Azul inalcançável.
Azul é meu "filho" mais novo, porém o considero o mais maduro, literariamente falando. Nele, por meio de minicontos e contos, proponho reflexões a partir da provocação clariceana: "Para vermos o azul, olhamos para o céu. A Terra é azul para quem a olha do céu. Azul será uma cor em si, ou uma questão de distância? Ou uma questão de grande nostalgia? O inalcançável é sempre azul".
A proposta do livro é nos conduzir aos recônditos do nosso ser e a tudo aquilo que consideramos inalcançável – um amor, uma mudança de vida, uma reconciliação (com o outro ou conosco)...
A ideia de Azul inalcançável dormitava em mim desde que me entendo por gente. Sempre flertei com a temática que norteia a obra, com as impossibilidades impostas pela sociedade, por nós mesmos ou pelas circunstâncias.
Dizem que Azul é bem diferente dos meus dois títulos anteriores. Não sei. Prefiro acreditar que os três "conversam" entre si e revelam muito de mim. O primeiro, uma mulher intensa, que vive suas experiências com honestidade; o segundo, uma observadora do cotidiano, de olhos atentos; e o terceiro, alguém que possui mais perguntas que respostas.
Para os que me acompanham, uma boa notícia: já estou trabalhando no quarto livro. Desta vez, não serão minicontos, contos nem crônicas, e sim poemas.
Não tem sido fácil me dedicar a este projeto, pelas questões práticas da vida – que nos tomam tanto tempo e energia. Mas, na medida do possível e quase sempre acompanhados de uma dose de uísque, os poemas estão surgindo...
O que posso adiantar? Que revelará mais uma faceta minha – eu, que sou tantas em uma. Como escrevi em Azul inalcançável, é como se eu fosse uma daquelas bonecas russas, das quais de dentro de uma sai outra e mais outra... Menor, mas não menos importante. Pelo contrário: cada vez mais essencial.