quinta-feira, 11 de junho de 2009


E então, aos 31 anos, você descobre que é possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo, e que o "grande amor" não precisa necessariamente estar ao seu lado.
Você ri das histórias de suas amigas mais novas, e se reconhece nas lágrimas que derramam quando algum fulano pisa na bola.
Você ouve cantadas de todo tipo, de todo tipo de homem. E acha graça delas, ainda que muitas vezes disfarce.
Você já não finge orgasmos. E sabe direitinho onde fica o tal ponto G.
Você constata que não pode viver sem chocolate, café e sexo. Nesta ordem.
Você vê gente se casando, gente se separando.
Você não pensa mais em entrar de branco numa igreja. Basta uma companhia inteligente para dividir a noite.
Ainda se pensa em filhos, mas já não faz tanta diferença se vierem das entranhas ou pelas mãos do destino.
Seus sonhos são mais "reais". Não se considera a possibilidade de ser cantora de jazz ou manequim ou bailarina – mas o livro, ah!, um dia será publicado!
Você sabe de cor e salteado seus defeitos e qualidades, o que não significa que saiba contornar o que é ruim e se beneficiar com o que tem de bom.
A saudade de quem se foi antes da hora fica mais sossegada, embora em nada menor.
Você aprende que gastar mais do que se ganha faz mal à saúde.
Você não se incomoda de trocar uma balada por um edredon e um livro.
Os filmes de Fellini começam a fazer sentido.
Você começa a rir de si mesma, e a levar as coisas menos a sério.
Você faz as pazes com o espelho, com o passado, com Deus.
Aos 31, quase 32, você aprende a remover pedras, plantar roseiras, fazer doces. A recomeçar.