quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Como já escrevi em post anterior, às vezes a gente lembra de coisas que estão há muito afundadas no nosso "lago da memória". Hoje, sei lá o porquê, me lembrei do dia em que vi um anjo. Isso mesmo: um anjo! 
Eu tinha entre cinco e seis anos e me lembro desse acontecimento com perfeição, mesmo passadas três décadas.
À época, eu morava em um bloco de apartamentos na 710 norte, aqui mesmo em Brasília. O apê era "vazado", e o meu quarto ficava voltado para a parte traseira do edifício.
Numa tarde, estava eu saindo do banheiro (meu quarto era, na verdade, uma suíte) quando escutei um barulho; a porta do banheiro ficava bem próxima à janela do quarto. Imediatamente, voltei meu olhar para fora. E o que eu vi, com estes olhos que a terra há de comer?! Um anjo!
Ele estava lá, suspenso no céu, com asas enormes. Foi tudo MUITO rápido, mas o suficiente para eu gravar essa imagem na minha mente. Era um ser esguio, bonito. Suas asas e suas vestes (algo como uma bata longa) eram amarronzadas.
Assim que olhei para ele, ele voou, sumindo rapidamente. E eu, com o coraçãozinho a mil por hora, saí correndo chamando por meu pai: Pai, pai! Eu vi um anjo! Um anjo, pai!
Meu pai segurou minha mão e voltou comigo ao quarto:
 Um anjo, filhinha? Onde?
 Eu estava saindo do banheiro, pai, e vi ele parado ali, pela janela. Quando eu olhei para ele, ele voou, foi embora!
Com toda a doçura que sempre teve com crianças, meu pai duvidou delicadamente:
 Será que não foi um passarinho? Uma pomba?
 Não pai, era um anjo. Eu sei.
Meu pai não falou mais nada, que eu me lembre. E a vida seguiu em frente.
Apesar da pouca idade, não senti medo, não pedi para dormir com meus pais, não fiz xixi na cama. Às vezes espiava a janela, na esperança de ver o anjo novamente, mas ele nunca mais apareceu.
Anos depois, descobri que faço aniversário no Dia do Anjo da Guarda  coincidência interessante para quem, quando criança, viu um anjo. Não?!